Magnificat: Nasceu Jesus!



Maria, Mãe de Deus feito criança

Abre o meu coração à Esperança.

Guia, nesta hora todos os homens, filhos teus

No caminho e busca de Deus!...

Inclina-me a busca-lo também

Feito Menino, em teu colo de Mãe!

Imagem bela do puro amor

Contigo exulto em Deus, nosso Salvador!

A todos encaminha para a Luz

Temos o Emanuel: Nasceu Jesus!

                                 Magnificat: Nasceu Jesus! 

É lá naquele lugar…


O Emanuel, vem para junto de nós…
Por isso é, de novo, Natal!
Há grande Alegria no ar…
Vamos ao presépio de Belém!...
É lá, naquele lugar…
que podemos contemplar
o grande Amor que Deus nos tem!


É lá, naquele lugar...
que talvez possamos perceber,
a vinda de Jesus ao mundo
é Dom, para agradecer!...
É lá, naquele lugar...

Só o coração o conhece…
Que Deus se torna visível
E a salvação a todos oferece!


É lá naquele lugar…
Numa noite serena e fria,
e, fora da cidade
onde podemos escutar
a mais bela melodia!
É la naquele lugar…
em silêncio e harmonia
envolvidos no mistério…

Vimos o nascer do novo dia!


Feliz Natal… Alegria!

O Outono, sempre bonito!


O Outono, sempre bonito!...
Há um encanto nas paisagens,
Tão cheias de contrastes
As folhas amarelecidas
Outras caídas;
Pelos campos a rolar…
E a natureza a lembrar
Que a vida tem o seu ritmo,
O importante é contemplar!...
Admirar, apreciar, olhar…
Esperar e deixar!
Até que volte a acordar.


Como é bonito!
Perceber que o infinito
Se esconde serenamente…
E desce tão profundamente!
Num descanso renovador
Cheio de pujança e vigor,
Como o sol no horizonte…
Construindo nova ponte
De cor sobre a paisagem
Nesta vida de passagem
A caminho da outra margem!


E a terra adormecida
É promessa de nova vida
Como que a dizer:
É preciso saber morrer
Para de novo viver!

Alegrai-vos!




Mais do que um título, a carta dirigida aos consagrados e consagradas para o ano dedicado à vida consagrada, a iniciar no próximo dia 30 de novembro, início também do novo ano litúrgico, é sobretudo uma exortação, um apelo a despertar, uma inquietação positiva da procura, como aconteceu com Santo Agostinho. Uma «inquietação do coração que leva ao encontro pessoal com Cristo; que o leva a compreender que aquele Deus que ele procurava longe de si é o Deus próximo de cada ser humano, o Deus próximo do nosso coração, mais íntimo a nós que nós mesmos». Por isso ele não se acomoda, não se fecha, não desiste de caminhar até chegar a dizer: “Tu nos fizeste para Ti Senhor, e o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em Ti”.


Cá está: é uma explosão de alegria que brota do encontro e do reconhecer que Deus é a única ligação vital, para todos aqueles que são chamados e tocados por Ele para uma vocação especial de serviço ao Reino. Ide! – É um imperativo que nos coloca em saída, em êxodo, como dinâmica de anúncio alegre e feliz. Saí a testemunhar por palavras e sobretudo com a vida, assumindo o risco que nos vincula a uma coerência de vida – a tua vida diz aquilo que és! – O mesmo é dizer: obriga-te a um compromisso responsável e empenho sério, capaz de irradiar e, porque não, contagiar com o teu sorriso, entusiasmo e todo o teu ser, a paisagem sempre bela que é o mundo, aí onde estamos enviados(as).


Alegrai-vos, é também um convite a irmos ao essencial: Deus que a todos ama! Só Ele é o absoluto, só Ele pode de fato saciar a nossa sede e dar resposta às questões mais profundas do coração humano. Viver na alegria, como dom e agir em conformidade, com disponibilidade de coração, coragem e entrega ao serviço para edificação do bem comum. Acolhamos o desafio!

Numa tarde de Outono



Hoje parei...
No silêncio da tarde
Mesmo junto ao mar...
Olhei o horizonte
... e vi a imensidão...
Deixei-me então levar!


Fechei o meu olhar...
Emocionada, encantada,
Deixei-me chorar...
Ali junto ao mar...
Onde, se vê o mundo...
E se percebe que é preciso remar

 
Abri de novo o olhar...
E vi que o vento
Traz o tempo...
Num rodopio de tempo,
De vento e de mar,
Por momentos deixei-me sonhar!


Pus-me então a imaginar...
O que haveria para além do mar:
Um mundo novo a brilhar...
Outras ondas a rebentar...
O tempo que não pára de girar
Novas praias, banhadas pelo mar!

 
Hoje, junto ao mar…
Fechei o meu olhar...
Na Tua presença, pus-me a rezar!

Um tempo de missão


Foi com algum entusiasmo que abracei o desafio de partir em missão para Angola, diocese do Sumbe. Foram apenas três meses que passaram muito rápido; mas, muito intensos nas vivências com aquele povo simples e humilde que nos acolhe sempre com um sorriso lindo e nos faz sentir em casa! O nome do grupo que integrei—Ondjoyetu—que em umbundo, a língua que se fala no Gungo, zona montanhosa da missão, significa ‘a nossa casa’ é de facto assim!... Senti-me bem e em casa, a fazer parte de uma grande família… e, com uma grande força interior para estar ali, força que me vinha da perceção da presença simples e amorosa de Deus, personificada na promessa que Jesus faz aos seus discípulos: «Sabei que Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos» (Mt 28,20). Eu nunca estive só!…
Ser enviado em missão é de alguma forma despojar-se de si e de muitas coisas a que nos vamos apegando e apropriando, para ficarmos mais livres e disponíveis e assim acolher em cada dia e momento as surpresas que nos vão aparecendo e, que eu fui encarando como oportunidades de anúncio das boas notícias que Deus quer ser e fazer chegar a todos os homens!
Essa foi e é a graça que Deus no seu grande amor me quis fazer experimentar durante este tempo.
A minha missão, no Gungo, foi essencialmente estar, estar não de uma forma passiva; mas, de corpo e alma, dando sentido missionário… por onde passava, onde estava, com quem estava… Convivi de perto com crianças, jovens e adultos em encontros ocasionais e outros mais formais, integrados na caminhada cristã desta grande família que é o povo do Gungo. Um povo que mesmo sem palavras, mas com sorrisos, gestos e de muitas outras formas nos vai dizendo a cada momento: és bem-vinda, obrigada!... Walale —”olá”; Ndapandula —”obrigada”...
O missionário lá, percebemo-lo, é sinal e expressão da presença amorosa de Deus que vem para estar com o seu povo; é visto como enviado para fazer o bem, é querido e desejado. Por isso, a fé simples daquele povo que nos acolhe sempre em festa, não nos pode deixar indiferentes, antes nos interpela a um dar e receber com autenticidade, entrega e verdadeira alegria! – Isto experimenta-se lá, é vida que nos envolve e ao mesmo tempo se comunica porque, como diz o cântico, a “vida não vai parar, vai como o vento, tens tudo a dar, não percas tempo, podes saber que vais chegar, onde Deus te levar”!... É belo sim e gratificante, estar em missão!

Tudo o que vivi lá, foi muito mais… Partilhar o que não se vê ou não está documentado, não é fácil de descrever; mas fica para sempre gravado no coração… Fica também uma grande gratidão a todos aqueles e aquelas de quem Deus se serviu e através dos quais foi possível fazer estas ricas e variadas experiências para o bem comum. Assim, todos nos enriquecemos. Assim, se faz missão!...
Lembro aqui uma citação de Etty Hillesum «A grandeza do ser humano, a sua verdadeira riqueza, não está naquilo que se vê, mas naquilo que traz no coração.» - Venho com o coração cheio, a transbordar… o meu estar lá, foi também oração de intimidade com o Deus Trindade; especialmente nos momentos de admiração pela grandeza da criação. Momentos de admiração e louvor que me vinham da contemplação das paisagens montanhosas, belíssimas que me rodeavam no Gungo. Rezei, quando caminhava por entre aqueles vales e montanhas, desfrutei do silêncio como oportunidade a mergulhar, como quem mergulha no mar calmo e profundo para dele emergir cheia de paz, alegria, vida nova. Sempre vida, sempre nova… Onde pude assim, fortalecer a minha frágil fé, com todo aquele povo que ama a Deus, mesmo sem o saber, mas que Deus ama infinitamente!
Estamos juntos! Tukasi Kumosi!

   
     

Epifania


Epifania de Deus
Festa da manifestação
Desafio para mim, para ti...
Da grande Revelação!

Mistério do Amor de Deus
Convite à Adoração...
Te escondes, num simples Menino,
Que é projeto de Salvação!...

Assim, acorrem a Ti
Ávidos de Luz e esperança,
Povos de todas as gentes
Buscam Paz... e Confiança!...

Guiados por uma estrela
Caminharam os Magos
Ouro, incenso e mirra
Foram os presentes, dados

Como outrora, hoje também
Outros “magos” caminham, estrada fora
Buscam nos SINAIS luminosos...
Manifestações do Deus: “aqui e agora”

Neste mundo conturbado
Faz-Te encontrar, Senhor!
Há quem busque Tua Luz
P’ra se comprometer com amor!

Guiados por Ti, Senhor
Tua Presença e Bondade...
É força no Testemunho
Compromisso de eternidade!