Um dos hinos mais belos da liturgia

Atei os meus braços com a tua Lei, Senhor,
E nunca os meus braços chegaram tão alto.
Ceguei os meus olhos com a tua Luz, Senhor,
E nunca os meus olhos viram tão longe!
Só desde que Te dei a minha alma, Senhor,
Ela é verdadeiramente minha.

Por isso, hei-de subir até à Vida,
Despedaçando o corpo na subida.
Por isso, hei-de gritar, de porta em porta,
A mentira das noites sem estrelas;

Hei-de fazer florir açucenas nos meus lábios;
Hei-de apertar a mão que me castiga;
Hei-de beijar a cinza dos escombros;
Hei-de esmagar a dor
E hei-de trazer, aqui, sobre os meus ombros,
A tua cruz, Senhor!

(Hino do Ofício de Leitura das Sextas-feiras)

O cerne da vida cristã...



É o um desafio e ao mesmo tempo uma oportunidade…


Diz-nos o Papa Bento VI: “A Quaresma oferece-nos a oportunidade de refletir mais uma vez sobre o cerne da vida cristã: o amor. Este é um tempo propício para renovarmos, com a ajuda da Palavra de Deus e dos Sacramentos, o nosso caminho pessoal e comunitário de fé. Trata-se de um percurso marcado pela oração e pela partilha, pelo silêncio e pelo jejum, com a esperança de vivermos a alegria pascal.”

Vamos deixar-nos interpelar pelo cerne da vida cristã: o amor!


Em primeiro lugar o amor que Deus é em Si mesmo!…


Isto, naturalmente, pela oração mais intensa, pois só assim deixaremos que se molde e transforme o nosso íntimo, dando lugar àquilo que verdadeiramente importa.


O grande desafio é deixar-se encantar e encontrar pelo Amor que renova e transforma: Deus!


E a esperança, nascerá!… É a Páscoa!

Como olhamos o mundo, hoje?


Olhamos hoje a nossa sociedade e, verificamos as grandes e múltiplas dificuldades porque está a passar, do ponto de vista económico e social. E, não nos é difícil prever que a situação de desemprego vai crescer, (e outras) com todas as suas consequências…Este cenário é atual, é nele que vivemos, no aqui e agora da nossa história.É um tempo propício, como cristãos, para olharmos à nossa volta e, percebermos, por um lado os desafios que o mundo nos coloca; por outro, o que é que Deus nos (me) está a querer dizer…É que não é indiferente, não pode mesmo ser, a nossa presença no mundo. Temos que nos pautar pela diferença e isso tem de se notar. Se o que nos move é Deus e o seu amor pela humanidade, a ponto de nos enviar o seu próprio Filho, como Presença e Salvação, então os nossos gestos e atitudes, mais do que palavras, têm de dizer que vale a pena a Esperança!Nestes tempos, é urgente dizer ao mundo, pelo testemunho, os valores que dão sentido à vida humana, mesmo em tempos de crise e situações difíceis. É nossa missão viver e ajudar outros a viver esses valores, para que seja verdade e real a dignidade de cada pessoa, sabendo que esta, não está no que se tem, mas no que se é e, sobretudo, na sua capacidade de amar.O nosso modo de viver é crucial, para que a ninguém falte o essencial em termos materiais e, ao mesmo tempo, aumente o interesse pelos verdadeiros valores humanos e cristão que nos vêm da fé, da esperança e da caridade.

Que este seja o nosso compromisso para o tempo da Quaresma que se aproxima. Boa Quaresma!