Diante do Presépio!

Repara no presépio de outrora, como no de hoje.
Que vês? Como olhas e quantas vezes olhaste já
para aquele berço de palhas, com o Menino a dormir
na companhia das figuras amáveis de Maria e José?
Um pouco atrás, na penumbra, o burrinho e a vaquinha,
é o tradicional. À frente da gruta, talvez um pastor
com duas ou três ovelhitas; e, lá mais ao longe,

a caminho, os três Magos, de vestes garridas,
vindos do Oriente!...

Que vês mais, para além do tradicional?
Os teus olhos, como os meus, vêem muito mais:
a humildade, a pobreza e a frieza real,

o cheiro abafado e fétido do abrigo dos animais…
O povo fazendo a sua vida normal…
Caravanas, soldados, gente que passa e se cruza,
alheia ou indiferente ao acontecimento que marcou a história…

De noite, na escuridão e no silêncio, uma Mulher com o seu Marido,
caminham em direcção à cidade, levando uma Criança no regaço… Fogem!
Fogem, porque pressentem a confusão:
sentimentos de alegria e angústia misturam-se;
o clamor trágico dos Inocentes; a sabedoria dos anciãos…
indiferença, amor, curiosidade, superstição, gratidão, ódio...
hipocrisia, violência, maquinações,
como a de Herodes contra o Menino do Presépio…
Que mal recebido, foi Jesus?!

O ambiente que se vive não é pacífico:
medo, insegurança, confusão, lágrimas…
é assim que vejo o Natal de Jesus!
Como outrora, o cenário do mundo actual,
não é muito diferente!…
E no entanto, Ele aí está de novo!
Emanuel, Deus entre nós, sem se fazer notar.
Vem para nos salvar!
Vem para dar a Vida e vida em abundância…

Olhemos por uns momentos e de novo para o Presépio.
O que celebramos hoje no Natal?
- Um Deus que se abandona ao risco de ser homem…
e assume em Si tudo o que és!
E sempre que olhares para o Menino,
encontras a grandeza oculta na vulgaridade
das pequenas coisas, na vulgaridade dos teus dias…
mas vês n’Ele a tua dignidade humana e cristã…
o quanto Deus te ama!...
Porque um Menino nasceu para nós!

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