A cobra e o pirilampo

Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um pirilampo.
Ele fugia e ela não desistia.
Um dia, já sem forças, o pirilampo parou e disse-lhe:
- Posso fazer três perguntas?
- Não costumo abrir essa excepção mas já que te vou comer, podes.
- Pertenço à tua cadeia alimentar?
- Não.
- Fiz-te algum mal?
- Não.
- Então porque é que me queres comer?
- PORQUE NÃO SUPORTO VER-TE BRILHAR!


Pensa nisto: Diariamente, tropeçamos em cobras.



Cabe-nos mostrar-lhes que os pirilampos voam e as cobras rastejam!

(Desconheço autor)

Não deixe Para Amanhã

Amanhã pode ser muito tarde
Para você dizer que ama,
Para você dizer que perdoa,
Para você dizer que desculpa,
Para você dizer que quer tentar de novo...

Amanhã pode ser muito tarde
Para você pedir perdão,
Para você dizer:
Desculpe-me, o erro foi meu!...
O seu amor, amanhã, pode já ser inútil;
O seu perdão, amanhã, pode já não ser preciso;
A sua volta, amanhã, pode já não ser esperada;
A sua carta, amanhã, pode já não ser lida;
O seu carinho, amanhã, pode já não ser mais necessário;
O seu abraço, amanhã, pode já não encontrar outros braços...
Porque amanhã pode ser muito ...muito tarde!
Não deixe para amanhã para dizer:
Eu amo você!
Estou com saudades de você!
Perdoe-me!
Desculpe-me!
Esta flor é para você!
Você está tão bem!...
Não deixe para amanhã
O seu sorriso,
O seu abraço,
O seu carinho,
O seu trabalho,
O seu sonho,
A sua ajuda...

Não deixe para amanhã para perguntar:
Por que você está triste?
O que há com você?
Ei!...Venha cá, vamos conversar...
Onde está o seu sorriso?
Ainda tenho chance?...
Já percebeu que eu existo?
Por que não começamos de novo?
Estou com você.
Sabe que pode contar comigo?
Onde estão os seus sonhos?
Onde está a sua garra?...
Lembre-se:

Amanhã pode ser tarde...muito tarde!
Procure. Vá atrás! Insista!
Tente mais uma vez!
Só o hoje é definitivo!
Amanhã pode ser tarde...


(autor desconhecido)

Porquê ou para quê?

A pergunta sobre o sofrimento nunca é porquê, mas para quê? A pergunta não é como começou, mas como acaba, para onde vai. Aonde é que nos leva? E pode haver alguma descodificação do sofrimento se nos habituarmos a fazer a pergunta mais séria do ponto de vista humano e espiritual: "Para onde vamos?" O sofrimento não se explica com a ideia do castigo, explica-se por ser a interioridade de um processo de transformação. É mais um "para quê?", "o que é que podemos tirar daí?" Fazemos muitas vezes a pergunta filosófica, buscando as causas, é o tal "porquê?" Olhamos para trás quando devíamos olhar para a frente, para onde é que leva ou para onde pode levar. Essa é a pergunta de quem se liga ao Criador, mais espiritual, e sabe que o mundo não acabou. É mais saudável perguntar pela finalidade do que pela origem! E se o sofrimento é o avesso do amor e coincide com a história humana, se a acompanha, só se pode perceber interrogando-o, caminhando com ele, fortalecendo-nos nele. Resolvê-lo é que não se pode, como não se pode resolver a vida, como não se pode resolver o amor. Mas pode-se fazê-lo florescer, pode-se tirar partido.


A perda de sentido gera sofrimento. Quando não se percebe porque é que se vive ou para que é que se vive, há uma espécie de eclipse, uma experiência da noite espiritual, que gera hoje tantas depressões e stress, em que a pessoa não percebe o que está a acontecer. Aqui, sim, posso ajudar o outro a encontrar o sentido da sua vida, o valor, o para quê. Outra fonte de sofrimento é a desordem interior, a perda de equilíbrio pessoal, que acontece de tantas maneiras quando a pessoa perde a sua unidade e a continuidade da sua história, quando desintegra aspectos da sua vida.
Vasco P. Magalhães, sj
ONDE HÁ CRISE, HÁ ESPERANÇA


A idade de ser Feliz

Existe somente uma idade para a gente ser feliz.

Somente uma época na vida de cada pessoa em que é possível sonhar e fazer planos e ter energia bastante para realizá-los, a despeito de todas as dificuldade e obstáculos.

Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente e desfrutar tudo com toda intensidade sem medo nem culpa de sentir prazer.

Fase dourada em que a gente pode criar e recriar a vida à nossa própria imagem e semelhança e vestir-se com todas as cores e experimentar todos os sabores.

Tempo de entusiasmo e coragem em que todo desafio é mais um convite à luta que a gente enfrenta com toda disposição de tentar algo novo, de novo e de novo, e quantas vezes for preciso.

Essa idade tão fugaz na vida da gente chama-se PRESENTE, também conhecida como AGORA ou JÁ e tem a duração do instante que passa... 
Autor: Mário Quintana



Pensemos...


Pensemos na beleza daquelas pessoas que têm a consciência de que as suas vidas parecem todas trocadas e que não devia ser assim, mas que são capazes de pegar nelas e fazer das suas existências aparentemente fracassadas quase uma obra de arte, uma obra de ternura e de entrega, sem se sentirem mutiladas nem falhadas porque as coisas não correram como podiam ter corrido. Esses é que são os grandes corajosos, os heróis da vida, os ressuscitados.

                                                                         Vasco P. Magalhães, sj
                                                                         ONDE HÁ CRISE, HÁ ESPERANÇA

"O Encontro"

No momento da despedida do grupo, em Bafatá, Guiné Bissau a Fabiana, uma missionária brasileira que nos acompanhou naqueles dias, deixou a cada elemento do grupo esta bela mensagem:

Ontem éramos apenas desconhecidos....
Hoje o pouco se tornou muito e podemo-nos chamar de Amigos.... Como nos ensina a palavra de Deus... Quem encontra um amigo, encontra um grande tesouro....
Conhecer alguém é assumir o outro...
Em cada pessoa que passa temos que deixar nossa marca...
Com António Agostinho e Judite ... aprendi que temos de gritar gruda ...gruda ... é preciso estar junto!,,.
Avantino e José Vaz ... o respirar é tudo!...
Clara ... a disponibilidade, o partilhar !...
Laura ... a alegria do sorriso!....
Timóteo ... a lealdade ... o companheirismo!...
J. Fartaria ... o conhecimento ... a dedicação !...
Padre Artur ... a guerra te trouxe a paz!....
Deolinda ... a amizade é um presente! ...
Manuel Gaspar ... o sorriso alegra a alma! ....
Manuel Lopes ... sempre aprendendo, sempre ensinando!...
Sei que muitos não se conheciam. Como disse no início, eram apenas desconhecidos...
O que éramos ontem.. já passou!
O que somos hoje ... conhecedores!..
O que seremos amanhã ... ainda se encontra no coração de Deus ... e o que está no coração, podemos dizer ... estamos bem guardados!...
Que no caminhar de seus passos ... Olhe sempre para o outro, pois, no outro sempre encontramos o grande artista que nos pintou em seu coração, ou seja, o próprio CRISTO!...”.

FABIANA - no jardim da Cúria Diocesana de Bafatá, na hora da despedida - 20/03/2016.

 



O João e a Maria


Numa casa perto da floresta vivia um lenhador muito pobre. Ele tinha dois filhos: João e Maria. A mãe das crianças havia morrido e o lenhador casara de novo com uma mulher malvada.
Uma noite a mulher queixou-se ao lenhador:
- A comida acabou e estamos sem dinheiro para comprar mais. Só há um pouco de pão para dar às crianças amanhã cedo. Precisamos abandonar os dois na floresta, pois não temos com que sustentá-los.
 - "Abandonar?", perguntou o lenhador, assustado. " Não pretendo fazer isto com meus filhos!"
Mas a mulher, que era feiticeira, ameaçou transformar as crianças em sapos se o lenhador não concordasse. João e Maria ouviram a conversa. Maria começou a chorar, com medo de ficar perdida na floresta. João, que era muito esperto, teve uma ideia:
- Vou ao quintal apanhar umas pedrinhas para marcar o caminho. Assim saberemos voltar.
 Ouvindo isso, Maria ficou tranquila. João saiu quietinho e encheu os bolsos de pedrinhas brancas. Na manhã do dia seguinte João e Maria fingiram que não sabiam de nada. Quando sentaram à mesa para tomar café, a madrasta lhes disse:
 - Aqui está um pedaço de pão para cada um. Guardem para o almoço, pois seu pai vai cortar lenha muito longe e nos vamos com ele.
 Puseram-se todos a caminho. 0 pai e a madrasta iam na frente. As duas crianças ficaram mais para trás, e João ia deixando cair as pedrinhas enquanto andava.
 Quando chegaram ao meio da floresta, a madrasta ordenou às crianças:
 - Sentem-se aqui e comam o pão, enquanto vou com seu pai cortar lenha. Não saiam daqui até voltarmos. Assim, o lenhador e a mulher se afastaram, deixando João e Maria sozinhos no mato.
 No dia seguinte as crianças foram levadas de novo para a floresta.
 Desta vez João não pôde ir ao quintal juntar pedrinhas brancas: a porta estava fechada com ferrolho e ele não conseguiu sair de casa. Mas deixou cair pedacinhos de pão para marcar o caminho. A madrasta abandonou as crianças num lugar ainda mais longe. João não se preocupava, porque tinha marcado o caminho para voltar.
 Mas, quando ele e Maria procuraram os pedacinhos de pão, nada encontraram: os passarinhos da floresta tinham comido tudo!
 - "Que vai ser de nós agora?", perguntou Maria, choramingando de medo.
 - "Vamos tratar de dormir", disse João. "Amanhã daremos um jeito de voltar para casa."
 Durante três dias e três noites as crianças vagaram pela floresta, sem achar o caminho de casa. Onde havia uma casinha.
 A casinha era feita de pão-de-ló, com telhado de chocolate e janelas de pão-de-mel. João e Maria puseram-se a comer a casa, até que uma voz gritou lá de dentro:
 - Quem rói minha casinha?
 Mas, no dia seguinte, tudo mudou. A velha chamou os dois para irem ver o estábulo, e fechou João lá dentro!
 - "Fique ai até virar um leitãozinho bem gordo para eu comer", disse a velha, que era uma feiticeira.
- "E você", continuou a velha, falando com Maria, "terá que cozinhar e fazer todo o serviço da casa!"
 Maria ficou muito assustada e tratou de obedecer.
 Todos os dias a velha obrigava Maria a levar comida para o irmãozinho.
 Depois perguntava se João já tinha engordado. Como a velha não enxergava bem,
 Maria dizia que ele ainda estava muito magrinho.
 A velha cansou de esperar que João engordasse. Um dia resolveu esquentar bem o forno e disse para Maria:
 - "Vou assar pão. Ponha sua cabeça lá dentro para ver se o forno já está bem quente."
 - "Minha cabeça não cabe aí dentro!", respondeu Maria. "Ora, cabe até a minha que é maior!", disse a velha.
 Maria fingiu que não acreditava. Quando a velha meteu a cabeça no forno para mostrar como cabia, a menina deu-lhe um empurrão e fechou a velha lá dentro!
 Depois, mais que depressa, pegou a chave do estábulo e correu a soltar o irmãozinho.
 Maria contou a João que a velha escondia um tesouro em baixo da cama.
 Os dois puseram tudo num cofre e em seguida fugiram levando as riquezas da bruxa.
 Depois de andar muito pela floresta, João e Maria chegaram em casa.
 Encontraram o pai no quintal, chorando de saudade deles. Os três se abraçaram, contentes por estar juntos novamente.
 João e Maria mostraram ao pai o tesouro que haviam trazido, com o qual não faltaria mais comida. O pai contou então que a madrasta tinha caído no rio e morrera afogada. Assim os três nunca mais se separaram e viveram sempre felizes.
-Adaptação do conto dos Irmãos Grimm

Vida simples...



Detenho-me a ver a vida...
pela janela das palavras simples!
Não tão simples como a vida...
Que nos ensina a procurar,
as coisas mais simples p'ra dizer a vida! 

Vida simples como o amor,
que encanta e dá valor!
Vida que dia a dia
é desafio, é incerteza,
da vida simples na sua dureza...

Vida simples, a criança!

Que brinca alegre e feliz...
Em nada, põe maldade,
quer apenas conhecer
a vida na simplicidade!

Vida simples, é amar!

Com palavras ou simples gestos,
é ter carinho para dar,
nessa forma de ser e estar,
ter coração e ajudar!...