O Outono, sempre bonito!


O Outono, sempre bonito!...
Há um encanto nas paisagens,
Tão cheias de contrastes
As folhas amarelecidas
Outras caídas;
Pelos campos a rolar…
E a natureza a lembrar
Que a vida tem o seu ritmo,
O importante é contemplar!...
Admirar, apreciar, olhar…
Esperar e deixar!
Até que volte a acordar.


Como é bonito!
Perceber que o infinito
Se esconde serenamente…
E desce tão profundamente!
Num descanso renovador
Cheio de pujança e vigor,
Como o sol no horizonte…
Construindo nova ponte
De cor sobre a paisagem
Nesta vida de passagem
A caminho da outra margem!


E a terra adormecida
É promessa de nova vida
Como que a dizer:
É preciso saber morrer
Para de novo viver!

Alegrai-vos!




Mais do que um título, a carta dirigida aos consagrados e consagradas para o ano dedicado à vida consagrada, a iniciar no próximo dia 30 de novembro, início também do novo ano litúrgico, é sobretudo uma exortação, um apelo a despertar, uma inquietação positiva da procura, como aconteceu com Santo Agostinho. Uma «inquietação do coração que leva ao encontro pessoal com Cristo; que o leva a compreender que aquele Deus que ele procurava longe de si é o Deus próximo de cada ser humano, o Deus próximo do nosso coração, mais íntimo a nós que nós mesmos». Por isso ele não se acomoda, não se fecha, não desiste de caminhar até chegar a dizer: “Tu nos fizeste para Ti Senhor, e o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em Ti”.


Cá está: é uma explosão de alegria que brota do encontro e do reconhecer que Deus é a única ligação vital, para todos aqueles que são chamados e tocados por Ele para uma vocação especial de serviço ao Reino. Ide! – É um imperativo que nos coloca em saída, em êxodo, como dinâmica de anúncio alegre e feliz. Saí a testemunhar por palavras e sobretudo com a vida, assumindo o risco que nos vincula a uma coerência de vida – a tua vida diz aquilo que és! – O mesmo é dizer: obriga-te a um compromisso responsável e empenho sério, capaz de irradiar e, porque não, contagiar com o teu sorriso, entusiasmo e todo o teu ser, a paisagem sempre bela que é o mundo, aí onde estamos enviados(as).


Alegrai-vos, é também um convite a irmos ao essencial: Deus que a todos ama! Só Ele é o absoluto, só Ele pode de fato saciar a nossa sede e dar resposta às questões mais profundas do coração humano. Viver na alegria, como dom e agir em conformidade, com disponibilidade de coração, coragem e entrega ao serviço para edificação do bem comum. Acolhamos o desafio!

Numa tarde de Outono



Hoje parei...
No silêncio da tarde
Mesmo junto ao mar...
Olhei o horizonte
... e vi a imensidão...
Deixei-me então levar!


Fechei o meu olhar...
Emocionada, encantada,
Deixei-me chorar...
Ali junto ao mar...
Onde, se vê o mundo...
E se percebe que é preciso remar

 
Abri de novo o olhar...
E vi que o vento
Traz o tempo...
Num rodopio de tempo,
De vento e de mar,
Por momentos deixei-me sonhar!


Pus-me então a imaginar...
O que haveria para além do mar:
Um mundo novo a brilhar...
Outras ondas a rebentar...
O tempo que não pára de girar
Novas praias, banhadas pelo mar!

 
Hoje, junto ao mar…
Fechei o meu olhar...
Na Tua presença, pus-me a rezar!